sábado, 25 de outubro de 2008


Por que se esconde atrás de tantas grades?

Chega de obstáculos, regras, padres

Pula isso e vem dançar,

Beijar, agora e aqui,

Na beira do mar,

Deitados, vendo siri.

Afinal, isso é mais um começo, com tropeço, lutas, diferenças, Suas crenças de encontro às minhas, ladainhas, frases feitas, mentiras

Mas aí, tirarei suas tiras,

Desenrolarei todas suas linhas,

Extrairei as ervas daninhas

E terei ao final o que mereço

domingo, 5 de outubro de 2008

luz e visão

Suponhamos, para as finalidades da discussão, que se possa demonstrar empiricamente a existência da sensação de estar sendo olhado fixamente. Alguma influência que passa através dos olhos pode ser detectada empiricamente. Que espécie de influência seria esta? Que espécie de influência estaria se movendo para fora, através dos olhos, no sentido oposto ao da luz que entra?
(Rupert Sheldrake em 'Caos, criatividade e o retorno do sagrado')

nosso lado B




Por que as pessoas acham que, devidamente desreprimidas, as pessoas se comportarão bem? Por que não vemos que a crueldade é tão humana quanto a bondade? Será que as pessoas nunca conviveram com crianças? Será tão doloroso tomar consciência de que tanto o sexo quanto as drogas ou a anarquia trazem tantas possibilidades de prazer quanto riscos?

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Parece que ris de minhas loucuras, loucas como tantas de tuas vontades, perdidas como minhas olhadas futuras,
Duras, doidas, desaforo como tuas insanidades.
Então, estouro e despenco, escuro e colorido turbilhão, deslizo sobre tuas costas, desesperançado de respostas;
Ansioso, como sempre, dos teus saltos, salto para dentro, perco os fios e massageio tua vontade

Tuas curvas me orientam

Neste grande mercado de corpos

Onde hoje estamos expostos.

Quero ir reto e fundo em ti,

Descobrir-me profundo logo ali, onde tuas reentrâncias me conduzem ao fim.

Assim, articulo-me em teus vãos,

Miro teu grande alvo, entre tuas alvas coxas,

Nesses timbres pálidos que ouço em teu sexo.

Quero-te marcada, de fogo e prazer,

Com força e carinho,

Aqui, no meu ninho.



Como as pessoas podem estar próximas e serem tão distantes? Como as coisas podem ser sutis e estar gritantes? Como pode haver memória nesse raro instante? Longe, longe e alto, há um mirante diante do qual se levanta o sol, em cujos pés pôs-se um hidrante. Pois então, latente e vibrante, ondas chocam-se avante, tornando tudo demente e impactante. Lábios, olhos, pele ondulante e vamos em frente, a onde? Sabe o que espera, radiante? O sol, a lua, a luz, a vela, bruxuleantes e belas, amarelas, faiscantes e antes que tudo, deslumbrantes.

como ser um grande escritor - por charles bukowski

você tem mais é que comer muitas mulheres mulheres bonitas e escrever uns poemas de amor decentes. não se preocupe com a idade e/ou novos talentos. apenas beba mais cerveja mais e mais cerveja e vá às corridas ao menos uma vez por semana e ganhe se possível. aprender a ganhar é difícil - qualquer porcão pode ser um bom perdedor. e não se esqueça de Brahms e de Bach e de sua birita. não faça muito exercício. durma até o meio dia. evite cartões de crédito ou pagar qualquer coisa no dia. lembre-se que não existe um cu nesse mundo que vale mais que $50 (em 1977) e se você tiver a capacidade de amar primeiro ame a si mesmo mas sempre tenha em mente a possibilidade de derrota total ainda que a razão dessa derrota pareça certa ou errada - um gostinho de morte cedo não é necessariamente uma coisa ruim. fique longe de igrejas e bares e museus, como a aranha seja paciente - o tempo é a cruz de todo mundo, mais solidão derrota traição toda essa sujeira. fique com a cerveja. cerveja é o sangue contínuo. um amor contínuo. pegue uma boa máquina de escrever e enquanto os passos vêm e vão além da sua janela bata nela bata nela com força como se fosse uma luta de pesos pesados faça como o touro em sua primeira investida e lembre-se dos velhões que lutaram tão bem: Hemingway, Céline, Dostoiévski, Hamsun. se você acha que eles não enlouqueceram em quartos minúsculos assim como você faz agora sem mulheres sem comida sem esperança você então não está no ponto. beba mais cerveja. há tempo. e se não houver está tudo bem também.

Hemingway:

Será que os rótulos imponentes os tornam mais desculpáveis? Farão a matança mais agradável ao paladar?
e se todas as pessoas que vc conhece esquecerem quem vc é? vc será a mesma pessoa?
Belos e perdidos, somos crianças em um jardim de delícias cheio de proibições.
Cheio de nãos,
Carente de perdões,
Omisso de indicações sinceras
A uma alma em busca.
Uma luz, fosca,
Difusa e evidente,
Nos conduz acima e avante,
Antecipando o que, adiante,
Nos salvará da decadência,
Bela e sofrida,
Ardida e necessária.

o que nos move?

emoção, por definição etimológica?
paixão?
tesão?
e a razão, consolida ou turva? move ou paralisa?

arte

Arte (arte?) a arte precisa da permanência para justificar sua beleza? ou sua feiura? enfim, pra se justificar? arte simplsmente é? está, no presente, como expressão necessária? necessária? útil???? arte dá sentido ao ato criativo? dá ordem (aparente?) ao (aparente?) caos? hein?